Estratégias articuladoras da dimensão pedagógica e administrativa

Estratégias articuladoras da dimensão pedagógica e administrativa

Márcio Paulo do Carmo Menezes

A informação foi e continuará sendo fonte de grande poder. Em uma escola verificamos a existência de vários mundos: o mundo do gestor, o mundo da secretaria, o mundo dos professores, o mundo dos auxiliares de serviços gerais e merendeiras e o mundo dos alunos. A escola não funcionará direito e não fará seu papel junto à sociedade, se não ocorrer à interação desses mundos. Para que isso ocorra precisamos falar a mesma linguagem, correr atrás dos mesmos objetivos, e é nesse ponto que entra o Projeto Político Pedagógico, é ele que dar o norte, que nos une na mesma empreitada. Mas não basta apenas ter um conjunto de normas, objetivos etc. é preciso fazer com que ele funcione de forma efetiva e o uso das mídias pode ser de suma importância nesse processo.

O uso da mídia impressa em circulares, comunicados, projetos, relatórios etc. por parte da gestão, do pedagógico e secretaria, deixam os demais “mundos” mais inteirados do que está ocorrendo na escola e isso gera a noção de segurança e comprometimento, pois “o barco tem um capitão e vamos navegar em segurança”. A exposição de tabelas e gráficos referentes a receitas e despesas da escola, de resultados pedagógicos e metas já alcançadas e por alcançar, quando expostas com o uso do Data-Show são de grande serventia para análise e posterior reformulação de práticas que não obtiveram sucesso, além de promoverem debates democráticos onde são detectados problemas e suas possíveis soluções.

As mídias também podem ser utilizadas para promover a interação entres os alunos de séries e turmas diferentes, entre professores e alunos e corpo técnico e serviços gerais e isso ocorre em gincanas, festas juninas, passeios, comemorações diversas onde são usados principalmente o SOM (microfone e demais aparelhos) e o Data-Show. Nesse momento ocorre uma maior aproximação entre as pessoas, a hierarquia é posta de lado e então percebemos que somos apenas pessoas comuns, iguais a todas as outras e que temos todos, uma importância muito grande no contexto social.

Portanto, podemos verificar que as mídias (plural de meio), amplificam nossa capacidade de se expressar, promove maior interação, diverte, informa, agrega, ou seja, são excelentes recursos para a formação de cidadãos.

Gestão das tecnologias

Marcio Paulo do Carmo Menezes

Gestão das tecnologias

Introduzir no cotidiano de professores e alunos uma nova ferramenta não é uma tarefa tão fácil assim, uma vez que, não consistem apenas no ato de se utilizar um computador, um rádio, vídeos e músicas para dar apoio às atividades escolares e sim em uma ampla mudança de pensamento das práticas pedagógicas já arraigadas por anos a fio. Até mesmo professores e alunos conscientizados da importância de se introduzir as novas ferramentas tecnológicas em suas práticas pedagógicas, encontram bastantes dificuldades em fazerem o upgrade, uma vez que o uso das mídias requer tempo do usuário para sua total assimilação e essa assimilação se dar por etapas e no meu entender é bom que seja assim.

Em minha prática pedagógica em sala de aula sempre fiz um largo uso das mídias disponíveis na minha escola, oferecendo aos alunos uma aula interativa com recursos áudios-visuais e etc. Porém recentemente, fui empossado como coordenador de informática e mídias em uma escola de tempo integral e minha principal função é exatamente a de gerenciar o uso das mídias no contexto do ensino-aprendizagem.

Diante do grande desafio de gerenciar esse processo de inserção das mídias no contexto das práticas pedagógicas, precisamos ter uma compreensão de todas as fases do processo e para isso precisamos do diagnóstico inicial, onde poderemos tomar ciência do nosso potencial e também de nossas carências.

Minha escola dispõe de um laboratório de informática bastante amplo com 43 máquinas conectadas a internet, sendo que a disciplina informática faz parte da grade curricular, uma biblioteca com 10 máquinas conectadas a internet, um sala de vídeo com capacidade para 34 alunos, um auditório com um belo palco e sistema de som, com capacidade para mais de 200 pessoas dentre outros recursos que não existem em escolas convencionais.

A escola está na sua primeira semana de funcionamento e pretendo seguir os passos mencionados no conteúdo que nos foi disponibilizado, é claro com as adequações necessárias de acordo com o contexto das práticas da escola.

• “ Na primeira, as tecnologias são utilizadas para melhorar o que já vinha sendo feito, como o desempenho, a gestão para automatizar processos, diminuir custos. Na prática, o uso pedagógico das tecnologias ocorre de forma esporádica, para ilustrar um trabalho, digitar um texto, copiar uma informação da internet, ou seja, para tornar as aulas mais interessantes e atrativas”.
• “Na segunda etapa, a escola insere parcialmente as tecnologias no projeto educacional. Cria uma página na Internet com algumas ferramentas de pesquisa e comunicação, divulga textos e endereços interessantes, desenvolve alguns projetos. Há atividades no laboratório de informática, mas mantém-se intocada a estrutura de aulas, disciplinas e horários”.
• “Na terceira, que começa a evidenciar-se atualmente, se nota o amadurecimento do processo de implantação e o avanço da integração das tecnologias. As escolas repensam os seus projetos pedagógicos, o seu plano estratégico. A introdução de algumas mudanças significativas, como a flexibilização parcial do currículo e a inclusão de novas dinâmicas, busca integrar as tecnologias com os conteúdos curriculares por meio de atividades disciplinares, de resolução de problemas e de projetos que podem partir de um tema disciplinar, uma questão investigativa ou um tema transversal”.

A partir da análise do diagnóstico, pretendo por em execução um plano de ação pedagógico que tem como objetivo incentivar o uso das mídias de forma paulatina no cotidiano de professores e alunos. As dificuldades serão muitas, porém num primeiro contato com o corpo de professores, pude perceber que a maioria já estão conscientizados da importância do uso das mídias, e isso, consiste no principal fator que poderá garantir o nosso sucesso.

Manaus, Julho de 2010.

Exercício sobre a evolução das ferramentas e métodos de ensino

Márcio Paulo do Carmo Menezes

Assim como a invenção da técnica de impressão por Gutemberg revolucionou a educação a partir do século XV, tornando a literatura mais barata e conseqüentemente mais acessível, hoje também vivemos um processo parecido, uma vez que, com o advento das mídias “tradicionais” como o rádio e a televisão, que adquiriam status de meios de comunicação de massa com o reforço da internet e dos dispositivos de armazenamento de dados como os mp3, mp4... pendrivers, cartões de memórias e celulares que viraram computadores de bolso, também tornaram as informações mais acessíveis e hoje põem em xeque as metodologias tradicionais baseadas no estímulo da memória, uma vez que essa técnica não dar conta de assimilar tanta informação. A idéia de não, mas ministrar conteúdos prontos e acabados e sim construir conhecimentos com os educandos, navegando por um mar de informações incertas é um trabalho bastante desafiador, principalmente levando em conta que nós, professores fomos educados com metodologias tradicionais.

Um fato que chamou atenção é a preocupação de alguns pesquisadores da educação em criarem métodos de ensino baseados em informações científicas em relação ao funcionamento do cérebro e de como ele funciona para retenção do conhecimento, e assim, poderem fazer melhor uso deste. Mídias que utilizam som e imagem devidamente manipuladas para tornar o ensino mais empolgante e atraente, apesar de seus altos custos, comprovadamente possuem mais eficácia. Porém não deixa de ressaltar a importância vital do professor como mediador do processo ensino-aprendizagem e que o uso indiscriminado, ou seja, o simples uso dos filmes, documentários, experiências, internet e etc., sem a devida condução do professor (capacitado para usá-los) pode tornar estes mais prejudiciais do que as aulas de decoreba.

Nesse contexto, a interatividade surge como uma das vedetes das novas ferramentas de ensino, uma vez que proporciona uma maior participação dos alunos na construção de seus conhecimentos, jogos e exercícios virtuais, uso de e-mail, blog e sites são bem eficientes para isso . O professor também ganha muito com a interatividade dos mundos virtuais, uma vez que, são oferecidos softwares em que o próprio professor pode manipular os conteúdos e processos adequando-os de acordo com as suas peculiaridades - a competência ou habilidade que pretende desenvolver, a deficiência que pretende sanar, o professor se desprende da ditadura do livro didático. Dentro dessa ótica, o hipertexto com conteúdos agregados, onde áudio, imagem e vídeo dispostos de forma não lineares contribuem para a formação de novas idéias, novas abordagens para os fatos históricos e científicos, despertando uma a criatividade de todos envolvidos no processo.

A informática como recurso pedagógico

A informática como recurso pedagógico

De fato a informática veio mesmo para revolucionar as práticas pedagógicas utilizadas até então. O computador reuni ou agregar diversas mídias em um só aparelho facilitando assim nosso trabalho de construção da aprendizagem. Durante nossas aulas, nos deparamos constantemente com situações que poderiam ser melhor explicadas ou exemplificadas se dispuséssemos dos recursos propiciados pelo computador e a internet como: a visualização de um fenómeno geográfico, uma figura geométrica, um sistema ou organograma, uma fala ou música em inglês e etc. O uso de tais ferramentas é sem dúvida muito vantajoso e atrativo para os alunos, pois desenvolve as noçoes de espacialidade, temporalidade e propicia uma melhor contextualização dos fatos e fenómenos naturais e políticos. Uma outra coisa interesante é que o uso do data-show possibilita análises coletivas que são muito mais variadas, abrangentes e ricas, isto porque, a imagem ou texto fixo ou animada na parede e mais as análises dos colegas, dar tempo para que o aluno formule seu pensamento e assim possa expô-lo,  esse exercício mental condiciona a sua fixação e conformação no seu cognitivo.